Quem fala
palavrão no dia a dia de trabalho pode ser preterido na hora da promoção. É o
que mostra pesquisa feita pelo site americano CareerBuilder. O estudo, que
ouviu mais de dois mil gerentes de RH e 3.800 trabalhadores, indica que 64% dos
gestores analisam negativamente um empregado que use termos chulos com
frequência, enquanto 57% disseram ser menos propensos a promover essa pessoa.
Descontadas as diferenças culturais entre Brasil e Estados Unidos,
especialistas confirmam que, aqui também, o palavrão, especialmente quando não
é usado com moderação, pode ser prejudicial à imagem profissional.
Principalmente em empresas grandes e com estruturas hierárquicas mais formais.
‘Latino mistura espaços de casa e trabalho’
Martins
diz, ainda, que, por aqui, e nos países latinos de maneira geral, ainda existe
uma grande confusão entre o ambiente corporativo e o caseiro, o que pode
explicar uma maior incidência de palavrões no mercado de trabalho nacional.
Mas, para o especialista, o que pesa mesmo são as diferenças entre os setores,
seja lá ou cá.
Em
empresas como agências de publicidade ou da área de TI, as pessoas se soltam
mais e o palavrão é mais comum e tolerado. Já em outras indústrias mais
tradicionais, que têm uma cultura corporativa forte, a coisa funciona de forma
diferente. De todo modo, é fundamental sempre saber se posicionar frente ao seu
interlocutor.
A gerente
de DP está na estatística americana dos 51% dos empregados que usam palavrão no
trabalho e dos 95% que só falam na frente dos colegas, como ainda mostra a
pesquisa do CareerBuilder. E, embora os números sejam altos, quando o uso é
exagerado pode criar problemas. O coach e sócio da Alliance Coaching, Alexandre
Rangel, relata duas situações em que o palavreado afetou a carreira de dois
profissionais. A primeira foi a de um diretor de marketing, demitido por um
novo vice-presidente da companhia, entre outros motivos, por causa de seu
linguajar chulo e agressivo. Já em outro caso, quando fazia um coaching para um
grupo de oito supervisores, uma das questões com que Rangel precisou lidar foi
a falta de tolerância de um participante com a boca suja de um dos seus pares.
Palavrão
usado como mecanismo de defesa
Muitas
vezes, as pessoas não percebem a necessidade de mudança na maneira de agir em
função do ambiente em que está. Não dá para levar o comportamento de
arquibancada para o trabalho.
E, embora
a maioria dos funcionários admita falar palavrão no trabalho, eles próprios se
incomodam quando os colegas exageram. É o que relata uma funcionária de uma
empresa da área de TI, que prefere não se identificar. Recém-chegada ao
escritório, já conseguiu se incomodar com o comportamento pouco amigável de um
integrante da equipe.
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