Quase 50% das famílias brasileiras compromete salários com prestações
Entrevistados de pesquisa do Proteste declaram ter, no mínimo, três
dívidas. Como sobra pouco dinheiro para os gastos da casa, as pessoas fazem
novos empréstimos e as dívidas viram uma bola de neve.
Pesquisa da associação de consumidores Proteste apontou as principais causas
que levam ao endividamento: crédito fácil, juros altos e falta de planejamento
na hora de assumir dívidas. As 200 pessoas ouvidas, de classe A a D, têm no
mínimo três dívidas, em dia ou atrasada. O estudo revelou ainda que de cada
quatro famílias brasileiras, uma tem cinco empréstimos com parcelas a pagar.
Como sobra pouco dinheiro para os gastos de casa, algumas contas não são
pagas e, além dos juros de financiamento, aparecem as multas. Por isso, 46% das
famílias entrevistadas fizeram novos empréstimos para pagar os antigos e viram
as finanças caírem em uma espécie de labirinto financeiro, do qual é difícil
escapar.
Normalmente, compromissos gerados por compras feitas em suaves prestações
acabam ficando caras. Com os juros do parcelamento, o valor total de um produto
pode chegar a 197% do preço à vista, ou seja, quase o dobro.
Segundo o estudo, da renda média declarada de R$ 2,4 mil, quase a metade
(42%) é gasta com o pagamento das prestações. Para a coordenadora da Proteste,
Maria Inês Dolci, o consumidor deve tomar uma atitude assim que o problema
começa. "Geralmente, as pessoas acabam acumulando algumas parcelas em
atraso. A medida que acumula as parcelas, você vai impossibilitando o seu pagamento",
alerta.
Quem está nessa situação deve vender algum bem para pagar os atrasados,
renegociar as dívidas e, principalmente, planejar as compras. “Saber se pode ou
não fazer a compra, juntar dinheiro, comprar à vista, tentar pagar com desconto
e fazer prestações pequenas, porque o que se comprovou também com o estudo é
que as pessoas fazem prestações a longo prazo”, indica a coordenadora.
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