A população que precisar de serviços bancários e dos Correios terá mais
uma semana difícil. A greve começa a semana com adesão de 50% dos
funcionários dos Correios e 9.000 agências de bancos fechadas, de acordo
com as federações sindicais.
De acordo com o presidente da Contraf (Confederação Nacional dos
Trabalhadores do Ramo Financeiro), Carlos Cordeiro, a adesão está
crescendo e há agências fechadas em todo o País. São 21.700 agências públicas e privadas no Brasil.
— Hoje 40% das agências não abriram as portas e a adesão atinge
principalmente os seis principais bancos – HSBC, Santander, Banco do
Brasil, Caixa Econômica, Breadesco e Itaú – que representam 90% do total
das agências.
Os bancários reclamam que as negociações estão paradas e não há
contraproposta por parte dos bancos. A Fenaban (Federação Nacional dos
Bancos) diz que apresentou a proposta de reajuste de 6% no dia 28 de
agosto e aguarda uma posição dos bancários sobre a proposta. A proposta
apresentada pelos bancos passa longe da reivindicação dos trabalhadores,
que pedem 10,25%, sendo 5% de aumento real.
"A Federação reitera que confia no diálogo, porque somente a aproximação
das expectativas na mesa de negociações é possível alcançar os
entendimentos necessários ao fechamento do acordo e renovação da
convenção coletiva de trabalho entre bancos e bancários", diz a nota
oficial da Fenaban.
Correios
Segundo o secretário-geral da Fentect (Federação Nacional dos
Trabalhadores em Empresas de Correios, Telégrafos e Similares), Edson
Dorta, uma média de 50% dos trabalhadores estão em serviço nos Correios desde que a greve começou.
A ECT (Emprega Brasileira de Correios e Telégrafos) ainda não divulgou o
balanço com a adesão dos funcionários, mas fez um mutirão no fim de
semana para tentar entregar encomendas paradas nas agências.
— Nós temos 24 das 35 bases sindicais em greve em 19 Estados, mas
estamos respeitando o percentual determinado pelo TST (Tribunal Superior
do Trabalho) de 40% e aguardaremos a tentaviva de conciliação sobre o
dissídio. Nós não queriamos ir para a Justiça, mas a empresa decidiu
assim.
A federação reclama que o reajuste proposto pela empresa não cobre as
perdas salariais e diz ainda que há um déficit de contratação de 30 mil
funcionários. Eles também pedem uma mudança no horário das entregas para
a manhã.
Os funcionários pedem reajuste de 43% (33% de reposição e 10% de aumento
real). Os Correios apresentaram proposta que prevê 5,2% de reajuste de
salários e benefícios e diz que "nos últimos nove anos os trabalhadores
tiveram até 138% de reajuste salarial, sendo 35% de aumento real".
Além disso, a empresa nega o déficit e diz que 10.000 novos funcionários
foram contratados nos últimos 21 anos e que há ainda 9.904 para serem
contratados até abril de 2013. Sobre o horário de entrega, os Correios
dizem que seguem o modelo do restante do mundo e que quando há condições
climáticas prejudiciais o horário é alterado.
A ECT argumenta que entrou na Justiça contra a greve para "garantir a
normalidade do atendimento à população". Na próxima terça-feira (25), o
TST fará uma audiência de conciliação entre funcionários e patrões para
chegar a uma negociação.
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