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segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Prós e contras de fazer compras de supermercados online


As taxas de entrega variam de R$ 10 a R$ 20 no cidade do Rio e pode chegar a R$ 80, se a entrega for em outros municípios


Com alguns cliques e até 48 horas de espera, o consumidor pode abastecer a despensa sem sair de casa. É que, com mais supermercados abrindo portas pontocom, já é possível comprar pela internet do sabão em pó à batata. Pode não ser a opção mais barata, mas, segundo especialistas, a conta mais cara é o preço que se paga pelo comodidade.

— Ao comprar pela internet, o consumidor certamente não terá economia. Em vez disso, terá comodidade. É um serviço para pessoas ocupadas que não querem perder tempo fazendo compras. Mas isso tem um custo — disse Gilberto Braga, professor do Ibmec.

As taxas de entrega variam de R$ 10 a R$ 20 no cidade do Rio e pode chegar a R$ 80, se a entrega for em outros municípios. Entretanto, não é somente esse valor que pode tornar a compra mais onerosa, avisa o especialista.


— Ao optar pela internet, o consumidor perde as promoções-relampago oumesmo os ofertas do dia. Esqueça os encartes que também garantem o menor preço. Além disso, o consumidor tende a comparar menos os preços, concentrando as comparações nos poucos mercados com vendas virtuais. E, é bom lembrar, as redes mais populares ainda não estão na internet — lembrou Braga. Por outro lado, ganha o tempo e dinheiro que seriam dispendidos ao tirar o carro da garagem, gastar combustível e enfrentar o trânsito para chegar à loja física.

Com investimentos de R$ 15 milhões, o site do Extra - que faz parte do Grupo Pão de Açúcar - passa a tambem atender o Rio (capital, Baixada Fluminense e Niterói), vendendo artigos de supermercado. Em São Paulo, o serviço funciona desde o dia 24 de agosto. São cerca de 15 mil itens, entre mercearia, açougue, congelados, laticínios, padaria, hortifruti, pet shop, limpeza e higiene pessoal. Õ frete sai por R$ 12,90. E o prazo de entrega é de até 48 horas.


— O consumidor busca cada vez mais facilidade. A ideia é que o site possua tudo que a loja física do Extra ofereça, É claro que a venda de perecíveis ´tem a ver com confiança, com o relacionamento, com vendas bem sucedidas - disse João Edson Gravata, Diretor de Operação E-commerce de Alimentos do Extra, acrescentando que o site da varejista acompanha os dias de promoção das lojas físicas.

Há 15 anos vendendo pela internet, o Zona Sul deve faturar com o site, em 2012, R$ 100 milhões - 10% do faturamento global da companhia. O segmento, que recebe 800 pedidos por dia, encerrerá o ano com crescimento de 20% - o que representa um ritmo de expansão acima do que se vê no Zona Sul (15%). Atualmente o Zona Sul Atende possui 200 mil e-mails cadastrados no site e 10 mil clientes ativos por mês.

— Os preços são os mesmos da rede. Mas também há promoções específicas para o site - disse Fortunato Leta, presidente do Zona Sul.

Mas a comodidade das compras pela internet também passa por pequenos detalhes. É possível, em geral, criar listas e usá-las em todas as compras futuras. Ter um controle maior dos gastos já que ao selecionar os artigos, o internauta vai acompanhando a conta que pagará no final, podendo tirar ou colocar um item com mais facilidade do que no caixa de um supemercado. E o consumidor já começa a ter a possibilidade de programar a entrega.

Segundo João Márcio de Castro, gerente comercial do Princesa, o consumidor que compra pela internet gasta mais do que aquele que vai à loja. Em média, o tíquete médio do site varia de R$ 150 a R$ 200. Já o da loja é de R$ 50. Isso porque, ao fazer suas compras pela internet, até por causa da taxa, o consumidor tende a comprar tudo aquilo de que precisa de uma vez.

— É um segmento, ainda sem relevância no faturamento da rede, mas importante estrategicamente. Atendemos àquele consumidor sem muito tempo ou paciência para enfrentar filas.

A adesão do varejo de alimentos à internet caminha lentamente, aponta Claudio Goldberg, professor da Fundação Getulio Vargas (FGV). Mas, para ele, é um caminho sem volta para esse mercado.

— Certamente, vender alimentos pela internet não é jogo para gente pequena. Exige uma capacidade de armazenamento, uma logística de entrega que, se não for bem feito, pode trazer muita dor de cabeça para a empresa. Mas, a exemplo do que aconteceu com o varejo de moda, o consumidor vai amadurecer e, aos poucos, vai achar natural comprar comida pela internet. É preciso dar tempo ao consumidor.

Uma preocupação de quem compra é sobre a qualidade dos alimentos perecíveis, como carnes e verduras. Mas os sites garantem a troca imediata em caso de produtos com baixa qualidade.

Braga acrescentou que, para evitar problemas, a qualidade dos alimentos vendidos pelo site é superior àqueles comercializados em lojas de rua.

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